Narciso olhou para o espelho d'água, mas não viu seu reflexo. Ao invés de se deparar com os próprios olhos amendoados, redondos e profundos, viu olhos azuis e rasos; cabelos loiros na altura dos ombros ao invés dos seus, pretos e caídos em uma franja. Franziu o rosto, o coração disparado, tentando entender o que acontecia.
Do outro lado, Dorian Gray tirou a cortina vermelha que cobria seu retrato, mas percebeu que a imagem se modificara. Um ser de cabelos curtos e negros o encarava estaticamente. Dorian poderia jurar que a imagem tinha o cenho franzido em dúvida, mas ele não sabia dizer o porquê.
Intrigados, mas, acima de tudo, admirados, passaram a analisar a nova imagem refletida. Perguntaram-se porque haviam mudado, no entanto não souberam responder.
Narciso olhou fundo naqueles olhos azuis e parecia estar olhando para dentro da alma de Dorian Gray.
Gray percebeu que o olhar da imagem se estreitava, e retribuiu-o. Deleitou-se com aquela cumplicidade. Era uma imagem tão bonita quanto ele próprio.
Enquanto olhavam-se profundamente, trocando entre si falas mudas, as imagens se dissolveram e tornaram-se novamente os reflexos de seus respectivos donos. A partir deste dia, Narciso nunca mais desgrudou-se do espelho d'água, sempre a procura daquele reflexo misterioso; enquanto isso, Dorian Gray passava dias e mais dias encarando seu retrato, procurando pelo misterioso homem com a franja caída sobre os olhos.
Do outro lado, Dorian Gray tirou a cortina vermelha que cobria seu retrato, mas percebeu que a imagem se modificara. Um ser de cabelos curtos e negros o encarava estaticamente. Dorian poderia jurar que a imagem tinha o cenho franzido em dúvida, mas ele não sabia dizer o porquê.
Intrigados, mas, acima de tudo, admirados, passaram a analisar a nova imagem refletida. Perguntaram-se porque haviam mudado, no entanto não souberam responder.
Narciso olhou fundo naqueles olhos azuis e parecia estar olhando para dentro da alma de Dorian Gray.
Gray percebeu que o olhar da imagem se estreitava, e retribuiu-o. Deleitou-se com aquela cumplicidade. Era uma imagem tão bonita quanto ele próprio.
Enquanto olhavam-se profundamente, trocando entre si falas mudas, as imagens se dissolveram e tornaram-se novamente os reflexos de seus respectivos donos. A partir deste dia, Narciso nunca mais desgrudou-se do espelho d'água, sempre a procura daquele reflexo misterioso; enquanto isso, Dorian Gray passava dias e mais dias encarando seu retrato, procurando pelo misterioso homem com a franja caída sobre os olhos.
Olha, eu não costumo recorrer aos palavrões, mas quando terminei de ler isto ecoou em minha mente um "PQP" bem alto. É lindo, estético e emocionante. E, tratando-se de Lucas L Rocha, o que se poderia esperar? Está maravilhoso! =) Ana Carolina de Assis
ResponderExcluirAh, que excelente! E ainda aproveitou o Wilde, hein? Muito bom, muito bom...
ResponderExcluirComo sempre, muito bom. Você me inspira. (:
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