domingo, 1 de novembro de 2009

Cinema

Paredes vermelhas aveludadas. Tecidos puídos pelo tempo, desgastados pelas mãos que ali passaram seus dedos, finos ou grossos, enquanto atravessavam o corredor escuro e silencioso em direção àquela apoteose.

Paz, tranquilidade, silêncio.

Ao longe, a música clássica sussurra aos ouvidos dos homens e mulheres. Solitários, apaixonados, despretensiosos, impressionados, tranquilos, furiosos, sedentos de sangue, de drama, de comédia.

O mundo fica para trás quando atravessam aquelas portas duplas de madeira que se abrem para dentro daquela sala cor de sangue. Confortados e confortáveis, sentam-se em suas poltronas reclináveis. Fecham os olhos por um segundo, aproveitando a sensação daquele lugarzinho gélido, mas ainda assim aconchegante.

As luzes apagam lentamente, a tela se acende. Eles se aninham na poltrona, atenções voltadas para frente. Sorriem.

O filme vai começar.

Um comentário:

  1. Vejo Carolina nesse texto. Ah, acho que o filme de sexta te inspirou.
    Parabéns, meu escritor preferido. Ótimo, como sempre. (:

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