quinta-feira, 22 de julho de 2010

Leilão Bizarro

Li hoje, em uma simples manchete, uma notícia perturbadora: não, não é a confirmação do fim do mundo nem a Xuxa falando que odeia crianças (pensem em como isso seria traumatizante), mas sim o leilão que será realizado para a venda dos objetos usados na autópsia e no embalsamento do rei do roquenrou, Elvis Presley.

O leilão prova: Elvis morreu
Reverberam os gritos de 'Elvis não morreu!' - e eu aposto que esses serão os primeiros a desembolsar milhares de dólares por um bisturi enferrujado ou uma luva cirúrgica rasgada. Sério, não sei o que se passa na cabeça de gente assim. Qual o propósito de ter uma luva  usada para embalsamar um corpo há mais de trinta anos?

A idolatria a uma personalidade famosa tem limites. Claro, não há nada demais em ser um pouquinho exagerado e mandar importar da Rússia uma versão exclusiva de um single que só saiu por lá, ou mesmo ter fotos do seu astro coladas na parede da sua casa. O problema reside no exagero, como já dizia mamãe quando fazia brigadeiro de panela. Gastar milhares e milhares de dólares pelo simples propósito de 'ter' algo (que, teoricamente, não vale porra nenhuma para o mundo) que um artista usou, cuspiu, se secou ou simplesmente recusou não é normal, não mesmo (nunca esquecerei do leilão do papel higiênico que Paul McCartney disse ser áspero demais para seu estimado ânus).

Gostar de um artista é uma forma saudável de demonstrar respeito e reconhecimento pelo trabalho alheio. Ir a um show, comprar um DVD ou a coletânea exclusiva não faz mal para ninguém. Mas ter uma luva cirúrgica manchada de sangue, um tubo arterial ou um fórceps só podem significar duas coisas: ou você está exercendo uma profissão voltada para a área de saúde ou você é um psicopata frio e calculista.

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