segunda-feira, 2 de novembro de 2009

duas poesias

esfinge

se quer saber quem sou
sinto dizer, nunca saberá
se quer me surpreender
sinto dizer, não conseguirá

se quer me dizer
não te deixarei falar
se quer fazer
vou te desprezar

bata, sinta, chore
queira me matar
grite, brigue, implore
não vou me importar

(02/11/09)

***

a sorte dos homens

fim da vida
céu chora
nuvem cinza
me ignora

não quer saber
quem perdi
ou quem deixei
de perder

continua a chover
não se preocupa
com a morte
que sorte
ela vai
e volta
sempre

e sempre
me ignora
com a certeza
de sempre retornar

nuvem desafortunada
morre
sobe
revive
só para morrer de novo

sorte dos homens cá embaixo
morrem apenas uma vez na vida

(02/11/09)

Um comentário:

  1. Ah, que poema bem feito "A Sorte dos homens"! Parabéns, já estava sentindo falta de seus escritos.

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